Resumo:
Este trabalho tem por objetivo discutir o sofrimento dos trabalhadores nas Instituições de Saúde Mental. Trata-se de um estudo teórico de base psicanalítica, realizado através de levantamento bibliográfico de autores contemporâneos, que contribuíram para a compreensão do tema. Inicialmente aborda-se o trabalho na área da Saúde Mental que implica em contato direto com o sofrimento do outro. O trabalhador se vê confrontado com as angustias daquele paciente que fala abruptamente, causando uma sensação de invasão e caos, pois a estruturação do prédio regida pela livre circulação dos pacientes deixa os profissionais expostos e desprovidos de um lugar protegido, o que pode levar a uma desagregação do self. Discute-se que o trabalho em si não promove a cura nem o adoecimento, pois o que cura ou adoece os trabalhadores são as relações humanas ou desumanas que se estabelecem no cotidiano institucional. O narcisimo individual deve dar lugar ao narcisimo grupal, o que por vezes intensifica o sofrimento do sujeito. Por fim, compreende-se que o trabalhador desenvolve mecanismos de defesa como forma de amenizar o sofrimento e percepção da realidade, que por sua vez ocorre à denominada despersonalização que é caracterizada por um distanciamento na maneira como o profissional interage com os pacientes sob seus cuidados e os colegas de trabalho.