Resumo:
O presente estudo foi elaborado a partir de questionamentos teórico-clínicos provenientes da clínica psicanalítica com crianças com diagnóstico de autismo e seu objetivo geral buscou investigar a importância do brincar na clínica psicanalítica do autismo. Como abordagem metodológica foram realizadas uma revisão teórica das ferramentas clínicas do brincar na clínica psicanalítica, uma pesquisa qualitativa. Na pesquisa qualitativa, que usou o referencial teórico da teoria psicanalítica, a respeito do autismo, bem como acerca do brincar, na condição de eixos fundamentais. Este estudo, partiu da descrição da história do autismo, da construção e elaboração deste diagnóstico do ponto de vista médico, bem como, a partir do referencial psicanalítico. Através dos estudos sobre a história do autismo e o ponto de vista médico, é possível entender as condições das crianças com o diagnóstico do autismo, suas limitações e suas características mais marcantes e como o analista pode trabalhar diante do diagnóstico. Buscou-se também conceituar a história do brincar, a importância desta ação na clínica psicanalítica infantil e seu uso no tratamento de crianças com TEA. Winnicott destaca que o brincar é uma atividade elaborada, que permite a criação da externalidade com condição para o viver criativo, no qual se desenvolve o pensar, o conhecer e o aprender de forma significativa, e brincando que se aprende a transformar e usar os objetos do mundo para nele realizar-se e inscrever os próprios gestos, criando a própria subjetividade. Como fundamentação para o uso do brincar na clínica psicanalítica, o ponto de partida foi compreender as ideias e percepções de autores como, Winnicott, Klein e Freud. Refletiu-se sobre o uso do brincar e a noção de transferência na clínica psicanalítica, assim como suas possibilidades e limitações. Ao fim do trabalho, constatou-se que o brincar permite à criança desvendar um mundo para além de si mesmo, facilitando o trabalho psicoterápico e a relação interpessoal com o outro e funcionando como um dispositivo terapêutico útil.