Descrição |
A sociedade mundial, em diferentes âmbitos, tem discutido a respeito do suicídio, um
fenômeno multicausal, considerado prioritário em termos de atenção em Saúde Pública. Dessa
forma, este estudo teve por objetivo principal investigar os impactos cognitivos e emocionais
decorrentes da perda de um membro da família ou de proximidade por suicídio. Realizou-se
um estudo teórico a partir de levantamento bibliográfico da literatura científica em bases de
dados, bem como de livros de autores conceituados da abordagem cognitivo comportamental.
Primeiramente, discutiu-se como as concepções de morte, luto e suicídio influenciarão no
processo de elaboração do enlutado, assim como, o motivo que levou ao falecimento. Em
seguida, foram apresentadas duas perspectivas teóricas com relação ao processo de luto. Mais
especificamente, a compreensão do luto na terapia cognitivo comportamental como um
estágio natural da vida, um processo lento e doloroso envolto, por vezes, em uma série de
crenças irracionais. Posteriormente, abordaram-se os padrões familiares na atualidade, e as
implicações decorrentes na construção dos esquemas transgeracionais, em termos de papeis e
funções na dinâmica familiar após a perda de um ente querido. Finalmente, foram elencadas
algumas propostas interventivas da terapia cognitiva comportamental no tratamento de
famílias enlutadas. Considera-se fundamental enquanto intervenção ater-se a história familiar,
as crenças aprendidas e a identificação dos esquemas transgeracionais. Entende-se a raiva
como um sentimento dual, tanto por aquele que se suicidou, quanto de si mesmo por não ter
sido capaz de perceber seu sofrimento e, evitar seu suicídio; incluindo a presença de um
sentimento de culpa avassalador junto a essa raiva, apresentam-se na clínica com pacientes
enlutados. Em termos de propostas interventivas, destacam-se a Posvenção e o modelo A-B-C
de Albert Ellis contribuindo para que o enlutado identifique os seus erros de processamento
cognitivo, a despeito dos acontecimentos traumáticos, como a morte por suicídio, que
produzem sofrimento e assim estabeleça novos caminhos e objetivos de vida sem o ente
querido. Por fim, faz-se necessário o desenvolvimento denovos estudos na terapia cognitivo
comportamental, direcionados a investigação e tratamento de famílias marcadas pelo suicídio. |
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