Resumo:
Ao longo da Idade Média a homossexualidade foi concebida e punida como pecado. Com o
advento da ciência positivista ganhou o status de patologia. Desse modo, as práticas discriminatórias e violentas para com esse grupo foram mantidas sob novas justificativas. O presente trabalho objetivou traçar uma compreensão da (des) patologização da homossexualidade partindo dos postulados de Heidegger sobre o homem. Para tanto, foi realizada uma revisão narrativa da literatura que resultou em um levantamento histórico acerca do tema, indo desde a antiguidade, onde os gregos tratavam naturalmente, até os dias atuais com toda a disputa política e judicial envolvendo o tema. Ao final, percebeu-se que a homossexualidade não deve ser concebida como doença, uma vez que, como postula Heidegger, o homem pode ser aquilo que sua condição de abertura permitir. Portanto, cabe à psicologia promover e contribuir com a desconstrução de concepções e práticas discriminatórias e patologizantes que se configurem em fontes de sofrimento e preconceito para com essa parcela da população que é historicamente desestimada.