Resumo:
Este trabalho tem por objetivo apresentar os vínculos familiares no processo de adoecimento severo em pacientes do CAPS. Apresenta-se um estudo teórico qualitativo de base psicanalítica elaborado a partir de um levantamento bibliográfico, tendo como autor principal Enrique Pichon Rivière. A investigação a princípio, direciona-se a construir um breve resgate histórico do significado atribuído à loucura, bem como, do movimento da reforma psiquiátrica. Em seguida, discute-se, as novas configurações familiares na contemporaneidade. Por fim, busca-se explorar o papel do atendimento psicológico familiar na estruturação do projeto terapêutico individual do usuário (CAPS). Considera-se o paciente identificado (aquele que demanda atendimento à família) como porta-voz e depositário da patologia de todo o grupo familiar. Dessa forma, o indivíduo constitui-se em bode expiatório, depositário dos conteúdos indesejáveis, considerado o responsável pelo adoecimento de todos. Entende-se que a presença dos familiares é fundamental para auxiliar o paciente em sua reabilitação, pois, de acordo com a concepção de adoecimento familiar de Pichon-Rivière, o paciente que demanda atendimento, na verdade sinaliza que todo o pequeno grupo se encontra doente.