Aprisionados em um real não simbolizado

Abstract

Por meio da relação estabelecida com o Outro é possível esclarecer o processo do adoecimento psíquico de um sujeito diagnosticado com transtorno mental severo. Diante isto, este trabalho tem como objetivo compreender a relação da função materna e paterna no desenvolvimento da estruturação psicótica. Trata-se, portanto, de um estudo teórico de base psicanalítica, elaborado por meio de um levantamento bibliográfico, tendo como principal autor Jacques Lacan. Inicialmente, retrata-se a construção social do conceito de loucura em diferentes épocas até o advento do que hoje se denomina para a ciência como "doença mental". Em seguida, apresenta-se o discurso psiquiátrico e psicanalítico mediante o termo psicose e a alteração das funções psíquicas relacionadas ao transtorno. Por fim, é descrito o processo do adoecimento psicótico por meio de falhas estruturais, caracterizado pela impossibilidade ao acesso às identificações simbólicas. Neste sentido, concluiu-se que a partir do estabelecimento de relações intersubjetivas com os pais, foi possível caracterizar a maneira pela qual a criança representa sua realidade e como a estruturação psíquica é desenvolvida de forma saudável e integrada. Diante isto, evidenciou-se a importância da função materna e paterna na constituição do sujeito.