Descrição |
A privação materna na primeira infância pode ocasionar efeitos deletérios à
constituição de si mesmo. Neste sentido, o presente estudo tem por objetivo,
investigar as repercussões no desenvolvimento emocional de crianças abrigadas.
Trata-se de um estudo teórico qualitativo de base psicanalítica. A fim de embasar
esta pesquisa, realizou-se um levantamento bibliográfico, tendo como principais
autores Donald Woods Winnicott, John Bowlby, René Árpad Spitz e demais teóricos
contemporâneos. Inicialmente, apresenta-se uma retrospectiva histórica da
institucionalização de crianças no Brasil, até o advento do Estatuto da Criança e do
Adolescente (ECA), como um marco fundamental. Em seguida, traz-se uma síntese
do desenvolvimento emocional, segundo a perspectiva da teoria winnicottiana. Por
fim, aborda-se as consequências da privação afetiva no comportamento infantil e as
repercussões decorrentes na constituição do "eu" em indivíduos institucionalizados,
com base nas teorias de Bowlby e Spitz. Considera-se que os cuidadores
desempenham papel central nos abrigos, vez que são responsáveis por promover
orientação e proteção, transformando-se em modelos identificatórios. Assim sendo,
entende-se que boas experiências irão depender dos vínculos afetivos estabelecidos
e do apoio social que a instituição ofertar. Nesse sentido, destaca-se a possibilidade
da Instituição se configurar como um espaço adequado ao desenvol vimento
emocional de menores em risco. |
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